Uma Arte que surgiu no Brasil por meio dos negros escravizados trazidos da África, junto com Índios e marginalizados da sociedade brasileira, a Capoeira veio como arma de guerra, de rebeldia, de luta contra repressão nas senzalas e nas vielas urbanas. Era também a possibilidade de preservar culturas nativas e de manifestar alegrias e crenças.
Hoje a Capoeira é Esporte, cultura, Educação e Lazer. É reconhecida mundialmente e está em mais de 170 países propagando a cultura brasileira e a língua portuguesa no mundo. A capoeira é a maior difusora da língua portuguesa no mundo, e a Roda de Capoeira é patrimônio cultural imaterial da humanidade reconhecida pela UNESCO.
De fato, como muitos mestres comprovam, a Arte brasileira é mais valorizada no exterior do que no próprio país de origem. Mas, quem conhece arte, sabe do seu valor e da sua importância, e é por isso que muitos nunca desistiram dela. Em Marcelino Vieira não é diferente, cidade do interior do Rio Grande do Norte, localizada na tromba do elefante, compondo uma das 30 cidades que formam o Alto Oeste Potiguar.
Historicamente, e nos dias de hoje não é diferente, a Capoeira nos interiores dos estados sempre tiveram dificuldades de se manter de “pé”. Seja por falta de recursos, por falta de profissionais e até mesmo pelo descrédito cultural. Na cidade Vieirense também teve essas dificuldades, mas hoje, de forma independente e com persistência, a capoeira ocupa os quatro cantos da cidade levando cultura, educação, lazer e esporte para a população de todas as idades.
Nenhuma atividade desportista e/ou cultural consegue ser tão ativa na cidade quanto a capoeira. Nos trabalhos voluntários, nas ruas e praças, nas academias e escolas está a presença ativa da Arte brasileira.
Iniciada de forma aberta pelo Professor Gervázio Lima, a atividade era desenvolvida de forma voluntária nos espaços públicos da cidade. Em seguida passou para os projetos governamentais, escolas e fundações filantrópicas. Hoje as atividades se concentram na Fundação Ricardo Medeiros realizadas pelo educador Antonio Carlos, no Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos pelo educador Antonio Ronivon, na academia do Professor Gervázio Lima e nas Escolas públicas e privadas por meio de apresentações e eventos. A arte está até mesmo na grade curricular da disciplina de Educação Física do Nível Médio lecionada pelo professor Gervázio Lima.
![]() |
Foto ao final de uma das edições da "Roda do Mês" (da esquerda para direita, Facilitador Antonio Carlos, Mestre Gideão, Professor Gervázio Lima e Facilitador Antonio Ronivon) |
![]() |
Roda de capoeira no Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos organizada pelo Facilitador Antonio Ronivon |
Roda de capoeira na fundação Ricardo Medeiros organizado pelo Facilitador Antonio Carlos |
![]() |
Roda de capoeira em praça pública organizada pelo Professor Gervázio Lima |
Em 2015 o Professor de capoeira e de educação física, Gervázio Lima, começou a fazer parte do quadro efetivo da escola desembargador Licurgo Nunes. Com a sina de propagar a arte da capoeira e comprovada a sua importância na educação, esporte e cultura, neste mesmo ano iniciou com as turmas da primeira série a inserção da atividade na grade curricular do ensino médio trabalhando o conteúdo capoeira e a cultura afro-brasileira. "De início foi um pouco difícil a aceitação desse conteúdo principalmente quando tratava do tema religiosidade!" destaca o Professor.
Mas com o apoio da gestão escolar e a adesão de todas as turmas foi realizado a" I Mostra de valorização da cultura negra" evento que buscava apresentar um pouco da cultura negra e suas tradições.
O evento foi um sucesso atraindo público e envolvendo toda a comunidade escolar. A cada ano o evento ganhou mais notoriedade estando atualmente na sua 5° edição.
As aulas no ensino médio são divididas entre teóricas e práticas. “Durante todo um bimestre trabalhamos a temática da capoeira tendo sua culminância com o evento no final do bimestre!” esclarece o Professor.
Nas aulas teóricas são abordados temas como dança, luta, religiosidade, culinária entre outros, enquanto nas aulas práticas a temática se centraliza na capoeira e suas manifestação como jogo, brincadeira, dança, luta, etc.
O professor Gervázio Lima também mantém atividades de capoeira em sua academia de musculação. As atividades culturais são voluntárias e recebem crianças, adolescentes e adultos.
![]() |
Registro de uma das confraternizações do grupo de capoeira na academia do Professor Gervázio Lima (Em frente, com camisa branca, fala o mestre do grupo Berimbaus do Oeste, Gideão Pontes.) |
A capoeira vieirense também mantém um constante trabalho de lazer nas ruas e praças da cidade com constantes apresentações, rodas de rua e aulões. Por meio de apresentações o grupo leva a arte para as escolas municipais, para aberturas de festividades, apresentações em eventos universitários, eventos educacionais e culturais. Rotineiramente as apresentações são levadas também para outros municípios.
O valor educacional e de cidadania que a capoiera tem, é capaz de transformar a vida, o corpo e a mente de crianças, jovens e adultos. “Só quem realmente entende é quem é capoeira”, dizem os capoeiristas. O poder de transformação é o motor maior de todos esses trabalhos, em que no final das contas, o desenvolvimento humano e a transformação é maior que qualquer valor financeiro.
2 Comentários
Show 👏🏻👏🏻
ResponderExcluirParabéns um matéria excelente que retrata todo trabalho desenvolvimento na cidade de marcelino vieira - RN.
ResponderExcluirTenho certeza que a página será um grande sucesso! 🙏👏👏👏